Apesar do Big Brother Brasil ser uma febre, muitas pessoas não gostam do reality show, o que é perfeitamente normal, uma vez que as pessoas são diferentes e têm gostos diferentes. Porém, algumas pessoas odeiam, desprezam o BBB. Qual seria o motivo?
Quem simplesmente não gosta de BBB não assiste, não se importa e não se interessa pelo assunto, mas quem odeia sabe o que está acontecendo, e sempre usa coisas que aconteceram no programa para “provar” o quanto ele é ruim. Fala sobre o reality, mas de forma negativa e braveja constantemente sobre com o conteúdo ou participantes são ruins ou até nocivos à sociedade.
De um modo geral, o ódio pelo Big Brother Brasil tem os mesmos mecanismos emocionais de qualquer sentimento de ódio. É uma emoção irracional e incontrolável que nos faz exaltar os defeitos do ser odiado tentando isolá-lo, ou seja, tentando retirar o objeto do meio social. Em outras palavras, quem odeia o BBB quer que ninguém assista, que pare de ser exibido, que seja esquecido e ninguém fale mais dele. Vamos entender por que isso acontece?
Todo ódio parte de uma percepção de ameaça, seja física, mental ou moral. Normalmente, o BBB se encaixa no segundo e no terceiro caso. A ideia de pessoas trancadas em um espaço confinado, sendo observados 24 horas para disputar um prêmio em dinheiro enquanto outras pessoas vivenciam suas vidas como se elas fossem “animais em um zoológico” pode ferir valores humanos que uma pessoa tenha.
Além disso, para que uma pessoa goste de BBB, ela tem que desenvolver empatia, algo que é bastante dificultado para algumas pessoas por saberem que, na televisão, a pessoa não consegue ser exatamente “ela mesma”. Eu falei melhor sobre isso aqui no blog no texto BBB22: Comportamento humano diante o isolamento no reality.
Outro fator que facilmente pode afetar os valores de alguém é saber que ele mesmo e a maior parte da população mundial se esforça diariamente por anos, trabalha e se dedica para conseguir viver dignamente e não parece justo que alguém fique milionário só porque se expôs por alguns meses na TV.
Esses motivos, somados a comportamentos individuais que possam afetar conjuntos de valores éticos e emocionais, acabam despertando e alimentando esse ódio. Se uma pessoa sofreu bullying, e isso ainda está mal resolvido dentro dela, vai ter raiva do comportamento da Karol Conka (também já falei sobre isso no ano passado ao analisar o comportamento da Carol Conka no BBB). Ou uma mãe solo que vê as pessoas tratando com naturalidade o Pyong Lee largar a mulher no fim da gestação sozinha e perder o nascimento do filho para participar do reality e, lá dentro, ainda trair a esposa… Isso pode facilmente gerar fortes dores emocionais.
Voltando mais a nossa atenção aos afetos emocionais que o programa pode gerar, a proposta do BBB de apenas “espiar” sem interferir (a não ser que quebre as regras do programa) aumenta o sentimento de ódio daquele que identifica a sua dor no programa e “ninguém faz nada a respeito”.
Por fim temos o fator popularidade, que podemos entender melhor na postagem por que amamos Big Brother Brasil. Essa popularidade gera muito assunto, discussões e conversas sobre o programa e, se ele te afeta negativamente, todo esse burburinho fica “jogando na sua cara” constantemente aquilo que te incomoda, gerando ainda mais irritação e fomentando o ódio pelo programa.
Essas postagens não tem a intenção de julgar, criticar ou “passar pano” para ninguém. O objetivo aqui é apenas compreender o comportamento humano através da psicologia.
Espero que tenham gostado do conteúdo! Se desejarem que eu aborde algum assunto específico, deixe nos comentários.
Por Luisa Baroni