Infância e Psicanálise

Desenvolvimento da psique infantil

A infância é objeto de extrema importância para a psicanálise, isso porque essa é a fase em que se dá o início do desenvolvimento sexual da criança, o que molda sua libido para o resto da vida. Por outro lado, as primeiras fases do desenvolvimento da psique são extremamente importantes para toda a construção psicológica, traumas e recalques que construíram psique na vida adulta. É por isso que eventos da infância são extremamente marcantes e podem desenvolver transtornos sérios, mesmo muitos anos depois.

Quando uma criança nasce, o id e o ego se confundem. Nessa fase da vida tudo que a criança é e conhece sobre si e o mundo externo, corresponde aos seus instintos. O id está relacionado aos instintos e o ego, ao seu eu conhecido, mas o bebê não é capaz de saber a diferença entre interno e externo, ele acredita que tudo é uma extensão de si, de suas vontades: se o bebê sente fome, a mãe aparece e o alimenta; logo, a mãe se torna uma extensão da sua necessidade de alimento. É por isso que um bebê acredita que algo desapareceu se ele não é capaz de ver, pois se não está no “seu mundo” não pode estar em nenhum outro lugar. Esta é a fase onde ocorre o período oral, onde a boca é o ponto de prazer

Organização genital infantil

Depois do primeiro ano de vida, a compreensão da linguagem (primeiro a não verbal, depois a verbal) começa a se estabelecer e a criança começa a descobrir que existe um mundo externo ao seu e assim descobre que tem um corpo físico com seus contornos e limitações (mão, pé, boca, etc.). Entre 1 e 3 anos a criança desenvolve a diferença entre ego e id.

Nessa fase ocorre o período anal, onde a criança descobre o próprio corpo e o que ele faz (fezes e urina). Nessa fase é comum o início do desfraldamento, pois a criança já consegue controlar as fezes e a urina. No desfraldamento a criança percebe que ela precisa seguir demandas sociais que consistem em negar um prazer momentâneo (fazer suas necessidades quando e onde quiser) para um prazer social posterior (a alegria dos pais quando ela usa o pinico corretamente). Essa exigência externa é uma demanda do superego que começa a se formar, entrando em conflito com o id (prazer imediato) e assim desenvolvendo a primeiras demandas mediadoras do ego (fazer agora ou segurar?).

Por volta dos 5 anos a criança entre na fase fálica com a descoberta do próprio órgão genital e, logo após, com a percepção da diferença entre os órgãos masculino e feminino. Nessa fase é comum a criança “ignorar” a diferença, sendo possível até “ver” pênis nas meninas. Depois a diferença se torna inevitável e a criança se enche de perguntas sobre esses órgãos e sobre a diferença entre menino e menina.

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