Como Montar o Consultório Perfeito?

Assim que você se forma, montar seu consultório pode ser um desafio. Muitas vezes o orçamento é pequeno e não sabemos em que elementos devemos investir. Além disso, seu consultório fala muito sobre você. Então, como passar a imagem certa para o seu cliente?

A avaliação de alguns elementos é importante na hora de montar seu consultório. Não existe uma forma certa ou errada de fazer isso, mas podemos, sim, otimizar nosso custo e espaço se nos atentarmos a alguns pontos.

Setting Terapêutico

O ambiente psicanalítico, também conhecido como setting terapêutico, não é apenas um espaço onde acontece o trabalho psicanalítico, mas é, em si, parte desse trabalho. Sendo assim, a montagem de um espaço agradável, relaxante e que gere confiança e concentração é fundamental para o bom desenvolvimento das sessões e o melhor resultado para o cliente.

Dessa forma, todos os elementos do ambiente terapêutico devem passar o mesmo tipo de mensagem, que deve ser a abordagem que o terapeuta irá tomar. Desde a cor das paredes até o mobiliário e os elementos de decoração, tudo tem que ser organizados dentro desse mesmo objetivo.

Elementos do Ambiente Terapêutico

Os elementos no ambiente terapêutico tem muitas funções, entre elas:

  • Indicar a atividade exercida;
  • Passar credibilidade;
  • Indicar a postura terapêutica;
  • Mostrar visualmente o que o cliente pode esperar do tratamento.

Assim, os elementos usados têm que passar alguma informação, não devem ser meros enfeites ou decoração.

Alguns Elementos do Setting Terapêutico

Cadeira do cliente

A cadeira do cliente precisa ser confortável ao mesmo tempo que se adeque às ferramentas e tipo de abordagem utilizada. Por exemplo, se o terapeuta trabalha com relaxamento e respiração, a cadeira deve ser ampla, relaxante e de preferência inclinável. No entanto, se o terapeuta trabalha com auto-estima, é melhor que a cadeira seja mais estreita, alta e que obrigue a pessoa a ficar em uma postura mais reta, que indica superioridade.

Já a psicanálise mais tradicional, vai exigir um divã mais clássico como possibilidade de sentar ou deitar de acordo com a necessidade do paciente.

Cadeira do terapeuta

O tipo de cadeira do terapeuta e a posição da mesma em relação ao paciente também passa uma mensagem importante;

  • Cadeira igual ao do paciente, de frente e próxima ao paciente: passa a sensação de intimidade, confiança e proximidade;
  • Cadeira diferente da do paciente, em frente e mais afastada do paciente: passa a ideia de profissionalismo, capacitação e diálogo;
  • Cadeira diferente da do paciente, em diagonal ou de costas para o paciente: passa segurança, profissionalismo e escuta.

Mesa

            A mesa é algo opcional. Muitos terapeutas podem optar por não usá-las, mas se for usar técnicas de desenho, escrita ou qualquer atividade que a mesa possa deixar mais confortável é indicado ter uma em seu setting. Sobre a mesa há pelo menos três possibilidades:

  • Sem mesa: descontração e leveza;
  • Mesa para uso apenas do terapeuta ou mesas diferentes para terapeuta e cliente: profissionalismo e segurança;
  • Mesa comum para cliente e terapeuta: proximidade e confiança.

Diplomas e Certificações

Também são opcionais. Ao exibir as qualificações o terapeuta reforça a ideia de profissionalismo e impessoalidade. Não exibi-los pode passar proximidade e leveza.

Fotos pessoais

Outro item opcional. Muitos terapeutas se posicionam contrário ao uso de fotos e objetos pessoais, outros acreditam que isso faz o cliente os ver de forma mais humana, gerando empatia e proximidade.

Outros elementos

Outros elementos podem incluir: abajur, decoração, quadros etc. É importante que cada elemento reforce a imagem que o terapeuta deseja passar com o mobiliário e a posição do mesmo. Todos os elementos do setting devem ter um objetivo, uma razão para estar ali. Se o terapeuta não usa o abajur, não tem porque ter um, por exemplo.

Recepção

A recepção do cliente começa no primeiro contato com o terapeuta, seja pelo site, telefone ou panfleto. O cliente deve sentir confiança e identificação como o terapeuta, por isso é preciso escolher muito bem como será realizado esse primeiro contato.

Após o contato inicial, é realizado o primeiro encontro presencial. Muitos terapeutas optam por fazer esse primeiro contato gratuitamente, outros cobram desde a primeira sessão. De qualquer forma, essa primeira sessão, consulta ou avaliação, dependendo na nomenclatura usada tem como objetivo:

  • Conhecer o cliente e se programar para as próximas sessões;
  • Identificar os primeiros desafios que a terapia pode apresentar;
  • Tirar dúvidas do cliente sobre a terapia e o processo terapêutico;
  • Mostrar porque e como a terapia pode ajudar o cliente.

Recepção acolhedora

Para que o paciente se sinta acolhido, a postura do terapeuta é fundamental. Sendo assim, é importante:

  • Fazer o cliente se sentir importante (especial);
  • Cumprir o horário combinado. Também é positivo recebê-lo a porta, oferecer água, café etc.;
  • Mostrar que tem qualificação para ajudá-lo;
  • Se apresentar e falar das suas qualificações e experiências profissionais;
  • Deixá-lo à vontade;
  • Não fazer muitas perguntas e evitar conduzir o assunto. Permita que ele fale o quanto desejar;
  • Mostrar que se importa;
  • Tratar tudo aquilo que o incomoda com importância e respeito, por mais que pareça banal;
  • Não levantar diagnósticos antecipados;
  • Anotar tudo que achar relevante, mas não de apressar em levantar uma hipótese diagnóstica no primeiro encontro.

Atendimento

O tempo, a frequência e o modo de atendimento dentro e fora do consultório são muito importantes para a relação terapeuta-cliente e pode ser a diferença entre a continuidade ou não do tratamento.

O terapeuta deve determinar de forma clara e justificada alguns princípios fundamentais:

  • Tempo e frequência de atendimento;
  • Forma de contato fora do consultório;
  • Flexibilidade de agenda e consultas;
  • Reposições;
  • Pagamento.

Divulgação

Para uma divulgação eficiente dos serviços prestados é importante que o terapeuta tenha em vista o público e/ou o assunto que deseja trabalhar. Isso torna a comunicação mais eficiente e assertiva.

Precificação e Cobrança

Como cobrar? Quanto cobrar? E se o cliente não pagar?

Se essas dúvidas passam pela sua cabeça, acredite, você não é o único a ter esse tipo de pensamento. Muitos terapeutas se sentem mal ao cobrar pelo serviço oferecido, mas é importante que você entenda que a sua renda vai ser investida na sua formação profissional, seu consultório etc. Ou seja, vai te permitir ajudar mais gente, por isso não tenha medo de cobrar. O seu trabalho é de grande valor!

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