O que é preciso para se tornar um bom diretor escolar?

A gestão escolar se baseia em quatro princípios:

  • Liderança
  • Trabalho em equipe
  • Organização
  • Olhar para o entorno da escola

O QUE É SER UM BOM DIRETOR ESCOLAR?

Um bom gestor precisa ser, antes de tudo, um líder e um exemplo para os seus funcionários e alunos. “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço” não funciona. Você só será verdadeiramente respeitado em seu ambiente de trabalho em um cargo de chefia se agir com liderança, sabedoria, maturidade e competência.

Para gestar um projeto coletivo de sucesso junto aos professores e alunos é importante estar aberto ao diálogo. Não existe trabalho cooperativo se só houver uma voz. É importante deixar todos apresentarem suas ideias e levar todas as opiniões em conta. Independentemente da decisão tomada, todos devem se sentir ouvidos e suas sugestões valorizadas. Mas, antes de tudo, é fundamental que se crie um ambiente favorável a discussão de ideias, onde todos se sintam a vontade e confortáveis na hora de expor suas ideais para o grupo.

Qual o papel principal do diretor escolar?

O diretor escolar tem como função administrar e organizar funções pedagógicas e estruturais da escola para que todos os demais profissionais possam exercer suas funções com qualidade. O Diretor também deve fiscalizar e oferecer apoio para todos os funcionários. Dessa forma, o diretor tem que ter uma visão global do funcionamento da escola e do papel de cada funcionário dentro a instituição de ensino, pois gestor é que proporciona o suporte necessário a sua equipe de trabalho, incitando-os ao crescimento profissional, dando-lhes as condições necessárias para exercer suas atividades com eficiência e eficácia.

O diretor ainda é o representante da escola para alunos, pais e órgãos reguladores e fiscalizadores da educação, tendo que se ater as normas, leis e regulações concernentes à área da educação na qual a escola atua.

 A escola, como organização educativa, necessita de gestores bem preparados para as funções administrativas e pedagógicas, capazes de organizar socialmente um ambiente de interação multidimensional.

O diretor escolar consegue trabalha sozinho?

Não. Para ter sucesso em sua carreira administrativa é importante que haja uma sintonia fina entre a direção escolar e sua equipe de trabalho, incluindo coordenadores, secretárias, professores, suporte, supervisores, inspetores, administrativo-financeiro, entre outros. Ele deve motivar a sua equipe e estimular uma reflexão sobre as atividades que cada um desempenha, buscando o processo de melhoria contínua. O diretor é responsável pela manutenção do clima de harmonia na equipe; uma equipe que não se dá bem não consegue desenvolver um trabalho tão eficiente quanto uma equipe unida. O diretor deve ser um grande mediador de conflitos para evitar discórdias em sua equipe.

A visão humana também não pode faltar a um gestor. Ao mesmo tempo em que deve exigir e cobrar, ele precisa compreender as eventuais dificuldades pelas quais seus funcionários possam passar. O diretor não pode “passar a mão na cabeça”, mas também não pode agir como um “carrasco”. Saber balancear esses dois aspectos não é fácil e exige experiência, sensibilidade e firmeza emocional.

Como deve ser a relação de trabalho dentro do ambiente escolar?

As relações entre as pessoas que trabalham no meio educacional devem se orientar pelos princípios de corresponsabilidade, parceria, interação, socialização das experiências, reconhecendo e valorizando a importância das diferentes funções dentro da escola. Todos os profissionais da escola devem trabalhar com o mesmo foco, proativamente e preventivamente, e o diretor legitima as ações por ele definidas. Nesse sentindo, o trabalho coletivo deve focar-se nas diversas demandas dos alunos e da expectativa dos pais dos alunos sobre a escola.

Definir bem as responsabilidades e obrigações de cada funcionário é muito importante para que haja o melhor controle e eficiência do trabalho feito na escola.

A missão de dirigir uma escola não é fácil. São inúmeros problemas e questões a se enfrentar, equipes para gerenciar, além de toda uma comunidade que espera muito da instituição de ensino.

Essa é uma situação que se torna ainda mais delicada quando falamos das escolas públicas: elas têm um papel muito maior na comunidade da qual fazem parte e as decisões tomadas pela instituição refletem em toda a comunidade.

Liderar é Traduzir Diretrizes em Conceitos Operativos e Práticas

Mestres da mudança : liderar escolas com a cabeça e o coração : um guia para gestores escolares / organização CECIP ; autores Madza Ednir … [et al.]. ; ilustrações Claudius Ceccon. – Porto Alegre : Artmed, 2006.

Liderar uma equipe é promover novas maneiras de pensar e agir. Esta prática desenvolvida pelos gestores não deve ser imposta ao corpo docente. Primeiramente, é necessário que se analise a situação, compartilhe com os seus colaboradores para que esses se preparem para dialogar com os professores, porque assim a mudança efetivamente acontecerá quando atingir o aluno. A transformação só ocorrerá após se conscientizar que alguns princípios e procedimentos básicos deverão ser adotados.

Não há uma formação específica que ensine ao líder, diretor de escola, e o prepare para todas as situações com as quais irá se deparar. Portanto, o tempo, a experiência e a busca por conhecimento são os maiores aliados no seu processo de formação. Conhecimentos, habilidades e qualidades pessoais virão com o fazer constante, com os erros e acertos, a persistência e o decorrer da vida profissional.

Liderar envolve muitos domínios que não podem ser aprendidos em um livro ou curso. Depende de observação, intuição e empatia. Sendo assim, não é possível criar um passo-a-passo, uma receita de como se tornar um bom líder, pois a qualidade da liderança vai depender dos objetivos da escola e das pessoas no grupo, bem como da interação entre elas.

Embora não haja um curso que ensine liderança, algumas habilidades importantes para essa prática podem ser adquiridas em cursos, mentorias, livros, etc. E embora esses conteúdos ajudem, eles não substituem a empatia, intuição e observação. Sendo assim, por mais que se possa aprender na teoria como desenvolver habilidades de liderança, é na prática que realmente se aprende. Alguns as aprendem mais rápido do que outros, mas todos, absolutamente todos, conseguem fazer progressos. É preciso arregaçar as mangas e começar a colocar em prática algumas das propostas, adaptando sempre que necessário, tentando novamente, solicitando a opinião de quem sabe mais ou é mais experiente, mantendo-se crítico em relação a si mesmo e assim prosseguir, aprendendo sempre. Tornar-se um especialista nesse campo requer, em primeiro lugar, disciplina. A combinação de um pouco de talento e muito esforço tende a ser mais bem-sucedida do que a de muito talento e pouco esforço. Em outras palavras, é preciso trabalhar para valer.

Praticamente todos os líderes na área da educação vieram da sala de aula. Portanto, seus conhecimentos do ambiente de aprendizagem, do processo operacional e dos conteúdos são, de modo geral, bons. Trata-se, na maior parte, de conhecimentos práticos e necessários para sobreviver no ambiente agitado e por vezes um tanto confuso no dia-a-dia das escolas. As coisas são um pouco diferentes quando se trata de conhecimento conceitual específico no campo da liderança educacional. O que se entende por aprendizagem e cultura profissionais ou boa comunicação, por exemplo? O que significa, de fato, fazer com que todos aprendam? Nessa parte, geralmente faltam conceitos claros e explícitos. Em conseqüência dessa falta de conhecimento conceitual específico, os diretores lideram num nível prático, operacional. O que faz com que eles queiram — e precisem — envolver-se em absolutamente tudo o que acontece na escola. Sem princípios gerais, conceituais, que possam dar sustentação às ações do gestor, liderar torna-se uma corrida para distribuir instruções e tarefas. Os dias terão mais atividades do que tempo para executá-las bem.

Exercer liderança em escolas exige mais do que habilidades e conhecimentos. Uma série de qualidades pessoais precisam ser mobilizadas: perspicácia, senso de humor, perseverança, autoconhecimento, empatia, competências sociais… Vale a pena repetir: assim como acontece com a construção de habilidades, não é possível desenvolver as qualidades pessoais de um líder simplesmente freqüentando um curso ou lendo um livro. Elas são construídas gradativamente ao longo da vida, em todos os ambientes, e não apenas de forma acadêmica. É mais fácil aprender perseverança no diálogo constante com o filho adolescente, para que ele consiga respeitar certos limites, do que lendo mil livros. A capacidade de observar é mais facilmente exercitada ao se conversar em uma roda de amigos do que ao se assistir a uma conferência sobre o tema. As estratégias e os modelos contidos na Parte II exigem algumas qualidades pessoais, mas, sobretudo, um interesse verdadeiro pelas pessoas e por suas motivações. E também qualidades na área de interação social, como, por exemplo, saber enfatizar os pontos de concordância, em vez de se deter nas diferenças, reconhecer objetivos comuns, conseguir gerar otimismo e criar sinergias. Liderar é um artesanato que se aprende fazendo — não é um emprego, nem um cargo. É preciso trabalhar sem cessar a fim de desenvolver conhecimentos, habilidades e qualidades pessoais para você se tornar competente nisso.

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