7 passos para iniciar a Inteligência Emocional na sua sala de aula

Jovem professora em pose de meditação, cercada de folhas de caderno.

A inteligência emocional abre uma ampla gama de possibilidades aos alunos. Quando estimulada em sala de aula, ela favorece o controle sobre as emoções e uma melhor capacidade de tomar decisões baseadas não só nas questões racionais.

Útil no período escolar e no futuro profissional, a habilidade de lidar com as emoções também molda as atitudes do indivíduo para um viés positivo e benéfico à saúde. Afinal, a pessoa com inteligência emocional será mais capaz de fazer uma autoanálise diante de momentos desafiadores, e desenvolver hábitos de autocuidado. 

O papel da escola para o incentivo da inteligência emocional é fundamental, já que os alunos passam boa parte da juventude em sala de aula. Mas como conciliar os conteúdos formais e as competências emocionais? 

Para te ajudar a encontrar os caminhos para incentivar a inteligência emocional na sua sala de aula, destacamos 7 passos que podem ser trabalhados com alunos. Primeiramente, veja o que é inteligência emocional e seus benefícios.

O que é inteligência emocional

A inteligência emocional é um conceito que surgiu na psicologia. Foi popularizado por um dos pioneiros no tema, o psicólogo americano Daniel Goleman por meio do seu livro Inteligência Emocional, publicado em 1995, em que ele a define como:

A capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos. 

O autor ainda destaca 5 pilares essenciais para definir a inteligência emocional:

  1. Autoconsciência emocional: refere-se ao conhecimento das emoções e as ações que são tomadas como resposta aos estímulos recebidos. Esse processo permite que a pessoa reflita sobre a maneira como lida com os aspectos emocionais;
  2. Autorregulação emocional: após conhecer as emoções, também é preciso aprender a controlá-las. Por isso, é importante saber reagir conforme cada situação, ter uma mente positiva, calma para tomar alguma atitude e evitar pensamentos negativos;
  3. Automotivação: ao reconhecer e controlar as próprias emoções, se torna mais fácil ter motivação, sendo capaz de responder aos estímulos de modo consciente; 
  4. Empatia: a empatia faz com que a pessoa se coloque no lugar do outro, tornando-a mais sensível aos sentimentos alheios;
  5. Habilidades sociais: ao controlar os sentimentos e entender as emoções dos outros ao redor, se cria um ambiente positivo para conviver. Isso possibilita desenvolver melhor os relacionamentos interpessoais e, consequentemente, aumenta a qualidade de vida para todos.

Ou seja, a definição de inteligência emocional sugere a capacidade de entender as próprias emoções e as dos outros, administrando estados sentimentais e fortalecendo qualidades como empatia, controle emocional e outras habilidades sociais.

 

Benefícios da inteligência emocional

Uma vida plena e equilibrada pede mais do que a capacidade de raciocinar. De acordo com Goleman, o coeficiente intelectual prevê apenas 10 a 20% do sucesso na vida, e parece ser praticamente irrelevante nas relações. Assim, as aptidões pessoais também se fazem necessárias para uma vida considerada feliz.

No ambiente escolar, muitas habilidades são adquiridas durante o desenvolvimento da inteligência emocional. Os alunos conseguem aplicar seus aprendizados em novos ambientes, e estarão mais aptos para interagir com o mundo.

Alunos do fundamental interagem em dinâmica proposta pela professora.
Fonte: Unsplash.

 

Portanto, a inteligência emocional em sala de aula promove os seguintes benefícios:

  • amplia a atenção e a concentração;
  • auxilia na superação de desafios;
  • fornece maior capacidade de controlar impulsos;
  • inspira e motiva pessoas;
  • desenvolve a empatia;
  • diminui índices de violência;
  • encoraja o convívio com as diferenças;
  • estabelece vínculos afetivos baseados no respeito e na compreensão;
  • estimula escolhas responsáveis e saudáveis;
  • facilita a comunicação e a expressão;
  • utiliza as emoções em seu favor;
  • identifica as emoções dos outros;
  • melhora o desempenho acadêmico;
  • desenvolve de outras habilidades cognitivas;
  • previne o bullying;
  • promove o trabalho em equipe;
  • reduz a ansiedade e a depressão;
  • amplia o autoconhecimento.

Além disso, a produtividade do processo de ensino-aprendizagem é favorecida. Diante de um ambiente escolar mais harmonioso, os professores podem focar nas necessidades de cada aluno com mais tranquilidade, sem distrações com conflitos.

 

O papel do professor na inteligência emocional em aula

Em sala de aula, o professor busca criar um canal para estimular a interação com os alunos. Porém, no dia a dia, essa jornada é repleta de surpresas e desafios. Diante de um tempo curto para ministrar as disciplinas, saber aproveitar as oportunidades de potencializar a inteligência emocional da turma requer paciência e bons métodos de apoio.

Professora atendendo um aluno individualmente em sua mesa.
Fonte: Unsplash

 

Afinal, o papel do professor é fundamental para o ensino da inteligência emocional na escola, uma vez que ele pode usar a sua sensibilidade abrindo novos espaços e mediando o debate para a educação emocional. Dessa forma, os alunos são preparados para serem conscientes e responsáveis em sua forma de sentir, pensar e, principalmente, agir.

Cabe aos professores trabalhar também a própria inteligência emocional para que isso se reflita em um bom desempenho da ferramenta. Só assim, ele será capaz de identificar problemas e ajudar.

“A partir do momento que o professor reconhece as emoções do aluno, cria uma enorme chance de aumentar a intimidade, transmitir experiência e compartilhar dificuldades. O aluno passa a se sentir valorizado”. Priscila Costa – Pedagoga em entrevista para o artigo “Inteligência emocional na sala de aula” do curso de Psicologia da UEL (Universidade Estadual de Londrina).

 

7 passos para desenvolver a inteligência emocional dos seus alunos

Por fim, vamos aos caminhos sugeridos para aplicar competências no campo emocional e abordar esse tema em sala de aula. Para isso, temos diversas possibilidades: escuta ativa, trabalhos colaborativos, e entre outras dicas que veremos a seguir.

Professora de educação infantil lendo um livro com sua turma, todos sentados no chão ao redor dela.
Fonte: Unsplash.

 

  1. Escuta Ativa

Aprender a ouvir e falar sobre as emoções é um dos primeiros passos para desenvolver a inteligência emocional. Em uma rotina de sala de aula, é possível aproveitar esse local de integração e socialização para estimular os alunos por meio de músicas, vídeos, textos, estudos de caso, entre outros. Algumas opções são: varal de sonhos, varal de emoções e termômetros de emoções.

  1. Humanização do professor

Ainda em relação à escuta ativa, é importante que o professor seja visto como uma pessoa acessível. Nesse sentido, compartilhar sentimentos e emoções, expor questões de superação, frustração, persistência, autocontrole e autocuidado pode favorecer esse diálogo e uma maior proximidade. 

  1. Trabalhos colaborativos

Uma boa oportunidade de mobilizar as diferentes áreas do conhecimento é aplicar trabalhos colaborativos. Dessa forma, os estudantes realizam trocas e lidam com suas emoções durante as atividades, tornando-se mais colaborativos, empáticos e resilientes.

Por exemplo, o professor pode propor um trabalho mão na massa. Assim, os alunos utilizam a cultura do faça você mesmo (cultura maker) para construir diferentes projetos.

  1. Atividades extracurriculares

Atividades extracurriculares são excelentes oportunidades para o desenvolvimento de competências e habilidades socioemocionais. O teatro, a música, a dança, os esportes, as artes são capazes de extrair dos estudantes reações e fazem com que lidem com diferentes situações. Além do mais, essas atividades permitem que os alunos trabalhem com suas emoções ao expor atividades que mais se assemelham aos seus gostos. 

Portanto, durante a aula, o professor pode identificar afinidades dos alunos e estimular que participem das atividades extracurriculares promovidas pela escola. 

  1. Atividades lúdicas

Embora as atividades extracurriculares nem sempre possam ser ministradas pelo mesmo professor das disciplinas tradicionais, existe a oportunidade de aplicar atividades lúdicas. Jogos como gincanas estimulam a criatividade e a interação entre os alunos. Ademais, é possível propor atividades de leitura em que cada aluno escolha seu trecho favorito de um texto e explique o porquê do destaque, estimulando assim a verbalização das emoções.

  1. Incentivo da autoconfiança

Para desenvolver a mentalidade de confiança no potencial dos alunos, é preciso ter atenção individual aos seus pontos fortes e fracos. Por exemplo, é comum que alunos tímidos se sintam mal por não terem tanta desenvoltura ao apresentar trabalhos para toda a turma. O professor pode conversar em particular com cada um desses alunos, relembrando seus pontos fortes e dando dicas para trabalhar a oratória.

  1. Educação emocional em linhas transversais

A ideia é interligar diversas disciplinas por meio da colaboração dos professores. Construir atividades complementares pode ser um desafio, porém é recomendada por criar momentos de debate mais naturais. Desse modo, os alunos precisarão problematizar suas relações e emoções, principalmente quando se sentirem contrariados. Por fim, eles verão mais sentido nas disciplinas tradicionais graças à uma visão descentralizada, e sairão da experiência com mais desenvoltura social.

 

Aprimore sua inteligência emocional para educar

Uma forma de desenvolver sua própria inteligência emocional para ser um exemplo em sala de aula é buscar cursos livres. Um exemplo é o curso da Baroni Educar, reconhecido pelo MEC e 100% online

Você aprenderá a:

  • motivar a si mesmo e persistir diante das frustrações;
  • controlar impulsos e canalizar emoções para situações apropriadas;
  • praticar gratificação prorrogada;
  • identificar e lidar com as emoções e sentimentos pessoais e de outros indivíduos.

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